Fundada em 19 de janeiro de 2015, a Federação Desportiva dos Surdos do Estado de São Paulo, doravante denominada FDSESP, é uma entidade de administração do esporte voltada para pessoas surdas e com deficiência auditiva. Possui personalidade jurídica de direito privado e atua com fins desportivos e sem fins lucrativos.
A FDSESP é filiada à Confederação Brasileira de Desportos de Surdos (CBDS), que a reconhece como a única entidade responsável pela organização da prática esportiva entre surdos e deficientes auditivos, conhecidos como surdoatletas, em suas diversas modalidades, tanto individuais quanto coletivas. A federação também gerencia essas modalidades no estado de São Paulo e representa os esportes do estado perante qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada.
No âmbito estadual, a FDSESP reúne associações e outras entidades voltadas para surdos e deficientes auditivos, cujos estatutos devem estar em conformidade com as normas legais vigentes e com as diretrizes dos órgãos superiores.
Ao longo de 10 anos de existência contamos com 589 (quinhentos e oitenta e nove) surdoatletas, sendo 437 masculinos e 152 femininos em diversas modalidades esportivas, além de 137 comissões técnicas, e 22 entidades filiadas que formam a nossa rede com atuação em todo o estado de São Paulo com crescimento exponencial e atuamos fortemente na inclusão social das pessoas surdas por meio do esporte.
A surdez, por si só, não impede a prática de atividades físicas, e não há esportes mais apropriados ou menos apropriados para pessoas surdas. No entanto, as barreiras linguísticas e de comunicação podem dificultar a interação e a compreensão, impactando tanto o aprendizado quanto o comportamento do indivíduo. A prática de esportes representa uma ferramenta valiosa para a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência.
Por meio do esporte, indivíduos surdos têm a oportunidade de mostrar suas habilidades à sociedade, fortalecer sua autoestima e obter diversos outros benefícios, promovendo a inclusão social. Os impactos positivos do esporte para essa população são vastos e incalculáveis, pois permitem que os surdos explorem novas possibilidades, acreditem em seu potencial físico, superem obstáculos e enfrentem o preconceito decorrente de suas limitações sensoriais, reconhecendo-se como seres plenos, tanto física quanto cognitivamente.
A prática esportiva também promove o desenvolvimento de aspectos psicossociais. A participação em competições possibilita uma avaliação pessoal que desperta sentimentos de valorização, força, prestígio, poder, capacidade, utilidade e confiança em si mesmo. Além disso, favorece a integração sociocultural de pessoas que, muitas vezes, são marginalizadas por não se encaixarem em padrões irreais de perfeição.
De acordo com o Censo de 2019 realizado pelo IBGE, o Brasil conta com aproximadamente 10,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva. Ser um atleta surdo exige talento, esforço e intenso treinamento. Muitos surdos enxergam no esporte uma forma de melhorar sua realidade e conquistar reconhecimento social. No entanto, enfrentam grandes desafios, como a falta de apoio, dificuldades no acesso às políticas públicas, escassez de locais adequados para treinar, ausência de materiais esportivos, além de custos com hospedagem e alimentação. Em resumo, a principal barreira ainda é a limitação financeira.